quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nesta mensagem, queríamos falar do comportamento animal, e para isso escolhemos um animal que estivesse em vias de extinção, sendo o urso polar o escolhido, pois está também muito relacionado com o aquecimento global.


URSO POLAR


Nome comum: Urso Polar
Nome científico: Ursus maritimus
Habitat: Árctico
Posição: Árctico (hemisfério norte)
Reino Biogeográfico: Neoárctico e Paleoárctico



Classificação



Acredita-se que os ursos polares existam à 30 milhões de anos, e as seis espécies actuais há 6 milhões de anos. Em 1774, pela primeira vez, o urso polar foi descrito como uma espécie distinta (Thalarctos maritimus), por Phipps. Durante o pleistoceno (uma época do período Neogeno da era Cenozóica, que vai desde 1.8 milhões até 11 mil anos atrás) os ursos polares evoluíram dos ursos pardos, este facto pode ser comprovado, pois o cruzamento entre ambas as espécies origina híbridos férteis.



Habitat



O habitat dos ursos polares situa-se no hemisfério norte, no circulo polar árctico. Pode ser encontrado no Alasca, no Canadá, na Gronelândia, na Rússia, e no arquipélago norueguês de Svalbard. Estando apto às condições no gelo, passa a maioria do tempo na plataforma de gelo, onde é mais provável encontrar comida para se alimentar, além de que é onde acasalam e as fêmeas criam dunas onde iram viver as crias.
No Verão, quando o iceberg começa a derreter a sul, alguns ursos vão recuar e dirigir-se para o norte, ficando também próximos das focas e outras presas.

Existem também ursos que passam o seu verão em terra, sobrevivendo através da sua gordura corporal, que, com a caça, foi acumulada durante a Primavera e o Verão. Quando o gelo regressa, os ursos deixam a terra e passam a viver basicamente no gelo.

Durante o Inverno também é encontrado nos mares congelados do norte do Alasca, nos mares Siberiano Oriental, Rússia e no mar do norte da Europa, a norte do mar da Gronelândia, e no arquipélago Árctico Canadense.

De todas as espécies existentes, o urso polar é talvez o que melhor define o Árctico. As suas adaptações surpreendentes à vida no ambiente áspero do Árctico e à sua dependência do gelo do mar tornam-nos animais surpreendentes, no entanto, vulneráveis. Os carnívoros grandes são indicadores sensíveis da saúde do ecossistema. Os ursos polares são estudados para ganhar uma compreensão do que está a acontecer no árctico, pois um urso polar em risco é geralmente um sinal de que algures no ecossistema marinho do árctico existe algo de errado.



Descrição Física



Os ursos polares são os maiores caçadores no ecossistema marinho do árctico e os maiores carnívoros terrestres. Os machos têm 600 kg e medem até 2,60 metros, mas podem atingir os 800 kg. As fêmeas tem metade do tamanho dos machos, tendo entre 200 a 300 kg e 2,10 metros de comprimento. Com a excepção das suas patas e do seu nariz, o urso polar está totalmente coberto pela sua pelagem, que está adaptada às condições do Árctico. A sua camada de gordura subcutânea pode chegar a atingir uma espessura de 15cm, e, juntamente com o seu pêlo impermeável, isola-o do ar frio e da água, além de que o pêlo serve como uma camuflagem, de facto, os ursos polares podem por vezes passar por pequenas dunas de neve. No entanto, o seu isolamento térmico pode levar ao seu sobreaquecimento. Apesar da sua cor branca, surpreendentemente, não existe nenhum pigmento branco no pêlo.

Os ursos polares são plantígrados (o calcanhar e a planta tocam no solo ao caminhar), e as patas posteriores têm cinco dedos. As suas patas são largas, o pescoço e o corpo são alongados, e a cabeça é estreita e longa, com olhos e orelhas pequenas e arredondadas. Todas as suas estruturas estão adaptadas para um maior hidro dinamismo dentro de água.

Para caminharem no gelo, as solas das patas têm papilas e vacúolos, e as suas patas possuem uma camada de pêlo especial, que lhes permitem tracção sobre a neve.
Durante o verão a sua pelagem torna-se amarelada e contrariamente aos outros mamíferos, os ursos polares não sofrem processo de mudança sazonal.



Comportamento



É um animal de hábitos diurnos e de carácter solitário. Os machos adultos podem atacar e matar as crias, embora as fêmeas as defendam, ainda que o macho tenha o dobro do seu tamanho. A cria, aos 6 meses de idade, já é capaz de fugir de um macho adulto.
Devido à abundância de presas na água, esta espécie concentra-se junto à costa e são excelentes nadadores, podendo percorrer até 80 km sem descanso, ou 10km/h, usando as suas patas da frente como remos.

Durante o Inverno, um urso polar não hiberna, ele entra num estado de dormência e a sua temperatura corporal mantém-se. Durante esta fase, vai passar a subsistir das suas reservas de gordura corporal.
Sendo animais que se preocupam com a sua higiene, eles dedicam cerca de 15 minutos a seguir a cada refeição para eliminar a sujidade com as patas, a língua, a água ou a neve. Eles limpam-se regularmente porque a sujidade interfere com o isolamento térmico da pelagem.



Reprodução



Os ursos polares atingem a maturidade sexual entre os 5 e os 6 anos, e vivem entre 15 e 18 anos.
Eles acasalam entre Março e Junho, durante esse tempo os machos procuram fêmeas através dos seus cheiros, enquanto vagueiam pela plataforma de gelo. Eles permanecem com as fêmeas por um curto período de tempo, até que as deixam para procurar outras potenciais parceiras. O período de gestação é muito longo, tendo entre 200 a 265 dias.

As fêmeas podem gerar até quatro filhos por geração, embora a média seja de duas crias. As fêmeas estão na época reprodução uma vez em cada três anos, sendo esperado que tenha apenas cinco ninhadas durante toda a sua vida. Desde Outubro até Dezembro as fêmeas grávidas procuram por um habitat constituído por dunas, onde, iram escavar um buraco, que vão manter e aumentar, conforme as mudanças que vão ocorrendo no Inverno. Durante os seis meses de gestação as fêmeas vivem da gordura corporal.

As crias nascem entre Novembro e Janeiro, num ambiente de Inverno. São cegas e pesam muito pouco em relação ao peso adulto. É a duna, o calor da mãe, e o seu leite (muito rico em gordura) que permite que as crias se mantenham quentes e cresçam rapidamente, até que deixem a duna, em Março ou Abril.

Pequenas viagens são feitas entre a toca durante vários dias, quando as crias começam a habituar-se à temperatura exterior. Depois a familía constituída pelas crias e pela mãe deixa a toca e vai em direcção à plataforma de gelo, onde a mãe as protege e as alimenta. A fêmea cuida das crias durante dois anos, depois as crias separam-se da mãe e um novo ciclo inicia-se.



Alimentação



Os ursos polares caçam focas no gelo durante todo o ano. Embora as focas sejam excelentes nadadoras, elas não têm habilidade quando estão em terra, sendo presas fáceis para os ursos polares. Os ursos tentam capturar as focas quando elas emergem em buracos no gelo para respirar, aproximando-se lentamente da presa e nos últimos 15 metros persegue a presa a grande velocidade. Apesar do seu método, apenas 5% das tentativas são bem sucedidas, pelo que um urso experimente caça em média uma foca a cada cinco dias, proporcionando-lhe energia para 11 dias.
Geralmente, na Primavera e no início do Verão, eles guiam-se pelo ciclo reprodutivo das focas, caçando-as nos esconderijos localizados nas dunas. De cima os esconderijos não são visíveis, mas com o seu olfacto apurado, os ursos conseguem detectá-las debaixo da neve. Especialmente para as fêmeas grávidas, é muito importante obter acesso fácil às suas presas. Com a chegada do Verão, a plataforma de gelo do Árctico começa a derreter a sul e os ursos polares muitas das vezes só podem ficar em terra ou em profundas (mas menos produtivas) águas no Árctico, bastante longe dos seus habitats favoritos.

Os ursos que vivem em terra passam a subsistir da sua gordura corporal, acumulada de caçar durante a Primavera e o Inverno.
Os ursos polares também se podem alimentar de aves, roedores, moluscos, caranguejos e morsas, embora seja muito raro, ele pode, por vezes, caçar outro urso polar.

Além das presas que captura, a espécie tanto pode comer uma carcaça, por exemplo, de uma baleia, como pode comer material vegetal, que é o caso das bagas e raízes no final do Verão.
O urso polar além de ser um excelente nadador, é também um corredor rápido, o que o torna um caçador eficiente na água e em terra.



Animais em Vias de Extinção



Com cerca de 20 a 25000 ursos polares a viverem no estado selvagem, a espécie não está actualmente em vias de extinção, mas foi listado como ameaçada no decreto das Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos. Em 1973, o Canadá, os Estados Unidos, a Dinamarca, a Noruega e a antiga U.R.S.S. assinaram o acordo Internacional da Conservação dos Ursos Polares e dos seus Habitats. Este acordo restringe a caça aos ursos polares e dirige cada nação a proteger os seus habitats, mas não protege os ursos contra a maior ameaça à sua sobrevivência: o aquecimento global. Se o aquecimento global continuar aumentar, os cientistas acreditam que os ursos polares ficarão vulneráveis à extinção neste século.

Como resultado do aquecimento global, o degelo está a ocorrer mais cedo, e a nova formação do gelo ocorre mais tarde do que o normal. Os ursos polares permanecem cada vez menos tempo na plataforma de gelo, tendo menos tempo para caçar e acumular gordura, e mais tempo em terra, onde as oportunidades para caçar são escassas. O prolongamento do Verão e a redução da camada de gelo obrigam os ursos polares a procurar alimentos noutro lado, indo, por vezes para lugares habitados pelo homem, devido a isto, muitas vezes o urso polar vive em conflito com o homem.

Os povos que vivem no Árctico caçam o urso polar pela sua pele e gordura, embora o interesse por matérias criadas com a pele do urso (como tapetes e casacos) tenha diminuído, tal como os seus preços.
A exploração do gás e do petróleo perturbam a espécie no seu habitat natural, ocorrendo, por vezes, derrames de óleo, que são altamente tóxicos e de lenta composição, sendo ingerido pelo animal quando este se alimenta ou se limpa, existem também outras actividades, como o turismo, pesquisa científica e desportos na neve que disturbam o urso polar.

A poluição afecta bastante o urso polar, pois estando no topo da cadeia alimentar, todas as substâncias tóxicas ficam concentradas no seu organismo.
À medida que o seu habitat encolhe, os ursos polares enfrentam um grande desafio contra a sua sobrevivência.



Curiosidades



Cultura e Religião

Existe um povo indígena (inuit) que respeita o urso polar, chamando-o de nanuk, e acreditando que o urso polar deixa-se abater pelos caçadores, em troca de ferramentas que usaria depois da morte. De um modo poético, também o tratam por Pihoqahiak (o eterno andarilho).
Os poetas nórdicos (skalds) determinavam cognomes para os ursos, como, por exemplo, “o terror da foca”, ”o matador de baleias”, e ”o cavaleiro dos icebergs”.

Os lapões, é um povo que não pronuncia o seu nome com medo de poder ofendê-los, preferindo tratá-lo por “o velho de manto de pele”.
Na Sibéria, os Ket honram todos os ursos e chamam-lhes goy e qoi, que significa, respectivamente, “avô” e “padrasto”.
No leste da Gronelândia, e tratado por Tornassuk, “o mestre dos espíritos prestativos”.


Cultura Popular

Os ursos polares devido à sua aparência amigável, são muitas vezes utilizados para campanhas publicitárias, como a Coca-Cola. Devido a isto, é um animal considerado muito querido pelas crianças de todo o mundo, sendo também este o motivo pelo qual é utilizado em muitos anúncios.
Existem também anúncios que utilizando o aquecimento global como forma de propaganda, demonstrando animais a sofrer as suas consequências e representando o produto que estão a vender como a solução às suas dificuldades, como por exemplo, a Água das Pedras.

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